Em um movimento significativo para aliviar as tensões comerciais, os Estados Unidos e a China concordaram em reduzir temporariamente suas tarifas recíprocas por um período de 90 dias. O anúncio foi feito ontem (12) pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, durante uma coletiva em Genebra.
Pelo acordo, os EUA reduzirão suas tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China diminuirá suas tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%. No entanto, uma tarifa adicional de 20% sobre as importações de fentanil da China permanecerá em vigor.
O presidente Donald Trump qualificou o acordo como um “total reset” nas relações bilaterais, destacando a importância de evitar um “desacoplamento econômico” entre as duas maiores economias do mundo. Ele também elogiou a disposição da China em colaborar na questão do fentanil, um opioide que tem sido uma preocupação crescente nos EUA .
A decisão foi recebida com otimismo nos mercados financeiros. O índice Dow Jones subiu mais de 1.100 pontos, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq também registraram ganhos expressivos, refletindo a confiança dos investidores na estabilização das relações comerciais globais .
Apesar do entusiasmo, analistas alertam que o acordo é temporário e que desafios estruturais nas relações comerciais entre os dois países persistem. A China, por exemplo, havia contestado anteriormente as tarifas americanas na Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que as medidas eram inconsistentes com os compromissos dos EUA sob as regras da organização .
O governo chinês expressou apoio ao acordo, destacando a importância do diálogo construtivo. No entanto, usuários de redes sociais na China demonstraram ceticismo, temendo que mudanças políticas nos EUA possam afetar a continuidade do entendimento .
Ambas as nações indicaram a intenção de estabelecer um mecanismo permanente de diálogo econômico e comercial após o término do período de 90 dias, visando garantir a estabilidade e previsibilidade nas relações bilaterais.